Bacharel em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP
Colunista de Filosofia do jornal jurídico Carta Forense (desde 2006)
Professora de Mitologia Greco-Romana (Galleria Borghese, Roma)
Professora de História do Renascimento (Nettuno e Florença)
Colunista de Astrologia & Arte no Consueloblog (Florença)
e-mail - mitologia@esdc.com.br

TERRA


Saturno na Casa II (como no signo de Touro) 

Quando Saturno entra na Casa II termina o período caracterizado pela preocupação com a identidade. E verifica-se, muitas vezes, uma acentuada sensação de alívio, bem como um sentimento mais forte de que agora há que se deitar mãos ao trabalho para se produzir.

Muitas pessoas exprimem esta alteração dizendo algo como: “Estou cansado de pensar em mim próprio e nos meus problemas; sinto que já sei quem sou e insistir mais nesta questão não passaria de comodismo. O que eu pretendo agora é fazer qualquer coisa no mundo real, executar algo definido e ganhar algum dinheiro”.

Por isso, a pessoa que tem Saturno em trânsito pela Casa II sente, regra geral, um forte impulso para estruturar a sua situação financeira, para se aplicar no aumento ou racionalização de rendimentos, poupanças, investimentos ou meios de vida.

Trata-se, habitualmente, de um período em que a pessoa começará a por em prática planos para um novo negócio, a dedicar-se a qualquer tipo de aprendizagem (formal ou informalmente) ou a adquirir treino prático que possa vir a torná-lo capaz de ganhar mais dinheiro.

É, por outras palavras, um período de lançamento dos alicerces da segurança e da estabilidade no mundo material; e embora o rendimento do indivíduo possa não ser muito grande enquanto se dedica a esses esforços preparatórios e possa haver forte ansiedade quanto a dinheiro ou outros fatores de segurança, o que, regra geral, se diz acerca desta posição de Saturno, com respeito a dívidas, pobreza e grandes atribulações é consideravelmente exagerado.

A maior parte das pessoas sentem, de fato, a pressão de Saturno nesta área das suas vidas, mas a maior parte dos meus clientes tem enfrentado essa pressão de um modo muito prático e não tem sido vítimas de desastres financeiros particularmente graves.

Uma das minhas clientes até ganhou quinze mil dólares num concurso, quando Saturno estava em sua Casa II; e muitos outros clientes meus abriram negócio ou encetaram novas atividades durante este período e vieram a tornar-se notavelmente prósperos.

O que muitas vezes acontece nesta fase é que as necessidades financeiras se tornam mais reais e algumas lições práticas acerca da sobrevivência são assimiladas pela pressão da necessidade. O nível de capacidade para satisfazer as necessidades materiais no princípio desta fase terá grande impacto no tipo de coisas que se sentirão neste período.

A primeira coisa a ter presente é que Saturno é lento, mas seguro. E os benefícios materiais podem, eventualmente, resultar de uma perspectiva exata e paciente das questões práticas. Os lucros podem não ser imediatamente aparentes; mas se uma pessoa enfrentar a necessidade de estabelecer uma estrutura financeira e de segurança sem ignorar os custos pessoais, aquilo que edificar pode servir muito bem durante muitos anos.

O trânsito de Saturno pela Casa II não se limita, no seu significado, às coisas materiais; como é, todavia, nesta área da vida que a maior parte das pessoas o sentem imediatamente, dediquei um pouco mais de espaço a esta dimensão. Pode-se dizer, contudo, que se trata de um período de lenta mas segura acumulação de todos os tipos de recursos, quer materiais, quer psicológicos, que podem contribuir para a autoconfiança, baseada no conhecimento do apoio e força que se procuraram e da compreensão e recursos profundos a que se possa recorrer ao longo da vida.

É também um período para avaliar de que modo usamos as nossas ideias e talentos específicos no passado (a Casa II é a última, ou seja é a XII a contar à partir da Casa III), se nos foram úteis e nos permitiram produzir algo ou se apenas se demonstraram inúteis ou impraticáveis.

Se foram válidos e uma pessoa se dedicar às tarefas que tem entre as mãos, experimentará, muitas vezes, uma consolidação da sua situação financeira, quando Saturno começa a abandonar esta casa.


Saturno na Casa VI (como no signo de Virgem)

O trânsito de Saturno pela Casa VI é um período de autoajustamento e de mudança no pensamento, no trabalho e nos hábitos de saúde. A pessoa é, regra geral, impelida de dentro ou pressionada pelas circunstâncias a tornar-se mais organizada e disciplinada em muitas áreas práticas da vida, mas particularmente na do trabalho e da saúde.

Mudança de emprego ou mudanças na estrutura de trabalho são vulgares, como são incomodativos problemas crônicos de saúde. Conheci uma pessoa notavelmente desorganizada e ineficaz que se tornou muito mais disciplinada no seu trabalho durante este período, a ponto de exclamar: “Não posso acreditar no que tenho feito estes dias! Estou eficientíssimo!”.

Saturno, aqui, nos obriga a determinar por nós próprios o que tentamos fazer e a escolher entre o importante e o acessório. Na verdade, a faculdade de destrinça é, por vezes, tão ativa durante este período que o indivíduo sofre de depressão ou de padecimentos psicossomáticos, provenientes de um excessivo autocriticismo.

Este autocriticismo é também motivado por começarmos a ver nesta fase o que sentem a nosso respeito as pessoas com quem vivemos e trabalhamos. Veremos se somos realmente úteis ou se somos considerados como fardos. 

Por outras palavras, como a Casa VI é a XII a contar da Casa VII, nos tornamos mais conscientes dos resultados das várias relações na nossa vida.

A fase da Casa VI do ciclo de Saturno respeita essencialmente à autopurificação em todos os níveis. Muitos dos problemas de saúde que surgem durante este período podem ser diretamente relacionados com os hábitos alimentares das pessoas e, por isso, com um alto nível de toxemia.

Parece que o corpo tenta libertar-se das impurezas e, se não cooperarmos com este processo de purificação, os sintomas físicos acabam por se manifestar. O trânsito de Saturno através da Casa VI é um excelente período para corrigirmos o regime alimentar, para fazermos exercícios de rotina e para adquirirmos hábitos de saúde, ou para encetarmos uma prolongada dieta depurativa ou de jejum.

O principal fato a ter presente neste período é que quaisquer problemas de saúde (ou problemas relacionados com o trabalho) são lições específicas que nos mostram quais as mudanças necessárias nos nossos hábitos de vida e nos preparam para outra fase que começa quando Saturno passa sobre o descendente natal e entra na Casa VII.



Saturno na Casa X (como no signo de Capricórnio)

O trânsito de Saturno pelo Meio do Céu e a sua entrada na Casa X trarão, regra geral, para o primeiro plano, uma séria preocupação com as ambições, as esperanças de atingir algo na carreira, o papel na sociedade e a autoridade que se possui, e a estrutura do trabalho específico através do qual tentamos atingir os nossos objetivos.

Por vezes, pode ser sentido como um período de frustração nessas áreas de vida ou como um período de ansiedade, quando estamos sobrecarregados com deveres que nos desagradam, nomeadamente no caso em que a carreira ou estrutura vocacional que construímos é demasiado opressiva ou não é suficientemente realista para satisfazer a nossa verdadeira natureza.

Contrariamente àquilo que algumas tradições astrológicas nos levariam a crer, esta fase não indica necessariamente que as nossas ambições vão ser contrariadas; mostra apenas que é tempo de trabalharmos mais na definição do seu alcance e significado.

Na verdade, algumas pessoas experimentam uma culminação muito positiva dos seus objetivos de carreira neste período, com reconhecimento social e realização consideráveis. É também um período para obter uma perspectiva isenta daquilo que realmente fizemos, diferente da nossa reputação (que é, muitas vezes, incorreta) ou daquilo que pensamos que fizemos.

Se virmos a Casa X como a XII a contar da Casa XI, podemos ainda deduzir que esta fase mostra os resultados (Casa XII) nas nossas associações, objetivos e sentido individual (Casa XI). Se a carreira ou estrutura vocacional parece frustrante nesta fase, isso provém, geralmente, do fato de não termos incorporado nela suficientemente os nossos objetivos e os nossos ideais pessoais socialmente válidos. Mas podemos começar a fazer isso quando Saturno entrar na Casa XI.

Referência Bibliográfica: "Astrologia, Karma & Transformação", de Stephen Arroyo (esgotada).

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"Sábio é quem em tudo lê". Plotino

"Sábio é quem em tudo lê". Plotino

Entendimento dos Símbolos

Por Fernando Pessoa

Benedictus Dominus Deus noster qui debit nobis signum

O entendimento dos símbolos e dos rituais (simbólicos) exige do intérprete que possua cinco qualidades ou condições, sem as quais os símbolos serão para ele mortos, e ele um morto para eles.


A primeira é simpatia; não direi a primeira em tempo, mas a primeira conforme vou citando, e cito por graus de simplicidade. Têm o intérprete que sentir simpatia pelo símbolo que se propõe interpretar. A atitude cauta, a irônica, a deslocada - todas elas privam o intérprete da primeira condição para poder interpretar.

A segunda é a intuição. A simpatia pode auxiliá-la, se ela já existe, porém não criá-la. Por intuição se entende aquela espécie de entendimento com que se sente o que está além do símbolo, sem que se veja.

A terceira é a inteligência. A inteligência analisa, decompõe, reconstrói noutro nível o símbolo; tem, porém, que fazê-lo depois que, no fundo, é tudo o mesmo. Não direi erudição, como poderia no exame dos símbolos, é o de relacionar no alto o que está de acordo com a relação que está embaixo. Não poderá fazer isso se a simpatia não tiver lembrado essa relação, se a intuição não a tiver estabelecido. Então a inteligência, de discursiva que naturalmente é, se tornará analógica, e o símbolo poderá ser interpretado.

A quarta é a compreensão, entendendo por esta palavra o conhecimento de outras matérias, que permitam que o símbolo seja iluminado por várias luzes, relacionado com vários outros símbolos, pois que, no fundo, é tudo o mesmo. Não direi erudição, como poderia ter dito, pois a erudição é uma soma; nem direi cultura, pois a cultura é em síntese; e a compreensão é uma vida. Assim, certos símbolos não podem ser bem entendidos se não houver antes, ou ao mesmo tempo, o entendimento de símbolos diferentes.

A quinta é menos definível. Direi talvez, falando a uns, que é graça, falando a outros que é a mão do Superior Incógnito, falando a terceiros, que é o Conhecimento e Conversação do Anjo da Guarda, entendendo cada uma destas coisas, que são a mesma da maneira como as entendem aqueles que delas usam, falando ou escrevendo.

Eu sei ler as estrelas!

Eu sei ler as estrelas!

Próspero, o duque de Milão à sua filha, Miranda em "A Tempestade".

Próspero, o duque de Milão à sua filha, Miranda em "A Tempestade".

Sobre A Metafísica - Rainha das Ciências - A Hécuba kantiana: * A S T R O L O G I A *

Aristóteles: "Este mundo está ligado duma maneira necessária aos movimentos do mundo superior. Todo o poder no nosso mundo é governado por estes movimentos" . (Tratado do Céu)

São Tomás de Aquino: "Os corpos celestes são a causa de tudo o que se produz neste mundo sublunar, agem indiretamente sobre as ações humanas, mas nem todos os efeitos que produzem são inevitáveis". (Suma, quest. XV, art. 5 e vol.III, pp. 2-29)

Dante: "Os astros são, de fato, a causa primeira de vossas ações, mas haveis recebido uma luz que vos permite distinguir o bem do mal, e uma vontade livre que, após ter começado a lutar contra os astros, de tudo triunfa se for bem dirigida". (Purgatório, XVI, 73)

Tycho-Brahé: "O homem contém em si uma influência bem maior do que a dos astros; superará as influências se viver segundo a justiça, mas, se seguir as suas tendências cegas, se descer à classe dos brutos e dos animais, vivendo com eles, o rei da natureza já não comanda, é comandado pela natureza".

Kepler: "Vinte anos de estudos práticos convenceram o meu espírito rebelde da realidade da astrologia".

Goethe: "Vim ao mundo em Franco forte-sobre-o-Meno a 28 de Agosto de 1749, ao soar a última badalada do meio-dia. A constelação era feliz, o Sol estava no signo da Virgem; Júpiter e Vênus formavam com ele bons aspectos; Mercúrio não era desfavorável, Saturno e Marte eram neutros; só a Lua, cheia nesse dia, exercia a força da sua reverberação tanto mais poderosa quanto a sua hora planetária havia começado. Opôs-se, portanto, ao meu nascimento até que essa hora passou. Estes bons aspectos, mais tarde altamente apreciados pelos astrólogos, serão sem dúvida a razão por que fiquei vivo, pois, pela incúria da parteira, julgaram que estava morto quando vim ao mundo, e só depois de numerosos esforços vi a luz". (Poesia e Verdade, cap. I).

Balzac: "A Astrologia é uma ciência imensa e que reinou nas mais altas inteligências".

C.G. Jung: "Se as pessoas cuja instrução deixa a desejar têm julgado que podem fazer troça da astrologia, considerando-a como uma pseudociência há muito liquidada, essa astrologia, remontando das profundezas da alma popular, volta hoje a apresentar-se às portas das nossas universidades, que deixou há três séculos". (Seelenprobleme derGegenwart, p. 241)

André Breton: "É (a astrologia) para mim uma dama muito alta, muito bela e vinda de tão longe que não pode deixar de encantar-me. No mundo puramente físico, não vejo outra cujas qualidades possam rivalizar com as suas. Parece-me, além disso, guardar um dos mais altos segredos do mundo. É pena que hoje – pelo menos para o vulgo – reine no seu lugar uma prostituta". (Atrologie moderne, nº 12, Outubro de 1954)

Claude Lévi-Strauss: "Os antigos construíram um sistema, e esse sistema, a partir do momento em que foi construído, mostrou-se operante e fecundo, pois o homem só pode pensar com sistemas. A astrologia foi um grande sistema, pois ajudou o homem a pensar durante milênios". (L'Astrologue, nº 9)

Lucien Malavard (Prof. De Ciências na Sorbonne): "Penso que os antigos fizeram de certo modo ciências humanas avant lalettre por meio da astrologia: elaboraram assim uma classificação dos seres, uma maneira de ver mais claro nos comportamentos humanos. Pela minha parte, sentir-me-ia tentado a situar a astrologia ao lado das ciências humanas, um pouco mais longe...". (L'Astrologue, nº 15)

ASTROLOGIA NÃO É DOGMA DE FÉ (creio/não creio).

Requer conhecimentos básicos de matemática, geometria, mitologia, antropologia, história, psicologia, semiótica, física, astronomia e filosofia pré-socrática.

Conclamar a união de todas essas disciplinas já a torna deveras intrigante!

Ouça entrevista (em áudio) que concedi sobre Astrologia em "Conhecimento Sem Fronteiras", no site da ESDC: http://www.esdc.com.br/

Entrevista em áudio sobre Astrologia

Realizada por Márcia Oshiro com a Profª Luciene Félix


1ª Parte (duração: 10:45)

O que é astrologia?
Quais os pressupostos deste Saber?
Que conhecimento é necessário para decodificar essa linguagem?
O que são os quatro elementos?
O que tem a nos dizer sobre a Era de Aquário?
No que o estudo de um mapa astral pode ajudar as pessoas?
Qual é a informação mais importante de um mapa astral?

2ª Parte (duração: 9:34)
Após o Sol, qual é a segunda informação a ser analisada?
Como descobrir qual é nosso signo Ascendente?
E quem é de Câncer, por exemplo? Errata: Asc. Câncer mesmo é para quem nasce entre 6 e 8hs da manhã
Qual planeta rege qual signo?
Podemos confiar em mapas da internet?
E quanto às interpretações dos mapas astrais da internet?

3ª Parte (duração: 11:25)
Após o Sol, o Ascendente e a Lua, o que deve ser analisado?
Breve resumo do posicionamento de Vênus nos 4 elementos?
E o que seria uma Vênus mal posicionada?
E quanto a localização do planeta Marte num mapa?

4ª Parte (duração: 9:49)
Posicionamento de Marte & Vênus e a vida sexual.
O que é "Trânsito Astrológico"?
Exemplo de Trânsito.
Qual influência do ciclo de lunação?
E quanto a Lua Cheia?

5ª Parte (duração: 13:24)
O grande presente: o benéfico Júpiter!
Interpretação do trânsito de Júpiter/Zeus por Casas.
Em que consiste o sistema de Casas derivadas?
Sobre a arte do divinatio, da advinhação.
Conhecendo "O Segredo" de se auto-conhecer
E quanto ao rebaixamento de Plutão?
És astróloga? Ensinas a ler as estrelas...